quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Caros futuros diretores assistentes,
Essas são as Negociações do Tratado de Madrid

Nós, diretores do comitê das Negociações do Tratado de Madrid, gostaríamos de compartilhar algumas das razões que nos levaram a escolher esse tema para a SiEM 2009.

O tema nos instigou pois tem relevância inegável para a diplomacia e, é claro, para a história e a geografia brasileiras, apesar de ter sido negligenciado pelas simulações até agora.

Para a diplomacia o tema é importante por causa da participação essencial do santista Alexandre de Gusmão, que é considerado um pioneiro na área no Brasil. Foi ele quem defendeu, pela primeira vez, em nome de Portugal, o conceito jurídico do uti possidetis, que baseia a aquisição oficial de territórios em uma ocupação de fato. O uso desse conceito na definição de fronteiras foi consolidado após o Tratado de Madrid, e sua efetividade se comprova no fato de as fronteiras brasileiras pouco terem se alterado desde 1750.

Outro fato que nos inclinou a realizar esse comitê foi que, em muitos aspectos, ele será inovador.

Além de se afastar do padrão das simulações da ONU, inclusive por se passar há alguns séculos atrás, as Negociações do Tratado de Madrid não serão indicativas, ou seja, os participantes serão plenipotenciários: o que eles decidirem, valerá. Para completar, diferentemente da maioria das simulações, as negociações serão principalmente bilaterais. Isso, porém, não significa que os debates serão simplificados. Além de representantes de Portugal e Espanha, o comitê será influenciado por todo o contexto europeu de disputas ultramarinas, contando com a presença de representantes de outros países com interesses coloniais ou comerciais e da Igreja Católica.

Outro diferencial do Tratado de Madrid decorrente de seu caráter bilateral é a necessidade de consenso para a sua aprovação, caracterizando mais um desafio para os participantes. Consenso esse que deverá se avalizado também pelos países não diretamente envolvidos, como Inglaterra e França.

Paralelamente às relações diplomáticas, os participantes também deverão atentar para as relações pessoais, já que haverá hierarquia e possíveis divergências entre representações de um mesmo país. O comitê se desenvolverá, portanto, em dois níveis separados e influenciáveis entre si: o pessoal e o diplomático.

Por fim, as Negociações do Tratado de Madrid trarão inovações acadêmicas pois o comitê incorporará o uso de mapas para a definição de fronteiras a partir de recursos naturais e unificará, em uma mesma simulação, temas de história brasileira e européia, algo raro no mundo dos modelos.

Esperamos que esse projeto os cative como nos cativou.
Esperamos por vocês nas Negociações do Tratado de Madrid.

Matheus Treuk Medeiros de Araujo (História - USP)
Muriel Araujo Lima Garcia (História - USP)
Theo Di Pierro Ortega (História - USP)
Giulia Eleonora Tadini (Ciências Sociais - USP)
Camila Tacla Alves Barbosa (Direito - USP)


domingo, 14 de dezembro de 2008

O mapa começou a ser traçado
bem-vindos ao blog do comitê

A SiEM chega em sua quarta edição buscando sempre ampliar a comunicação da organização com seus delegados.

Esse blog, assim como todos os blogs dos outros comitês, está aqui para isso. É por aqui que os diretores do comitê das Negociações do Tratado de Madrid se comunicarão com seus delegados de forma rápida e dinâmica. Aqui poderá ser publicado todo tipo de material referente ao modelo: textos, bibliografia, comentários, mapas, links de todo tipo e, por que não, eventuais dicas do que ocorrerá dentro do comitê.

Muitos podem ignorar a importância do Tratado de Madrid para a história do Brasil e das relações internacionais, mas os diretores do comitê evidentemente não. Todos eles se destacam pela excelência no que tange à pesquisa histórica. Nesse sentido, podemos afirmar que as Negociações do Tratado de Madrid serão um dos comitês mais bem cuidados de toda a SiEM. Trata-se de uma negociação importantíssima, que contrapôs duas potências em crise e envolveu todo um continente. Tivemos mais do que lusitanos e espanhóis dividindo um globo: os interesses britânicos, holandeses, franceses e da Santa Madre Igreja foram relevantes no rumo que as negociações tomaram.

O resultado que se produziu em Madrid foi determinante para o destino dos dois países ibéricos, do continente Europeu e de toda a América do Sul. Por isso que a SiEM afirma e reafirma ser uma honra poder contar com essa equipe e esse projeto.

Bem-vindos à SiEM 2009.


O mapa está aqui

O ano é 1749,

Espanha e Portugal finalmente podem rever o que há muito está para ser revisto: o mundo.

Alexandre de Gusmão, um dos representantes da coroa lusitana, deseja rever as possessões das terras meridionais da América do Sul, nas margens do Rio Uruguai, a possessão das terras amazônicas e, por fim, a posse das ilhas Filipinas.

São vários pontos a serem abordados, envolvendo egos, riquezas, geografia e fé. As Negociações do Tratado de Madrid, portanto, estão longe de serem simples; e longe de agradar a todos.

Seria muita ingenuidade supor que os representantes dos países ibéricos, ao dividirem o mundo, não pediriam a aprovação das demais potências. Obviamente muitos pontos de vista e interesses devem ser levados em conta. As influências dos demais países na redação desse tratado é clara.

Portugal e Espanha ainda possuem várias pendências a serem resolvidas, e a ascensão britâniaca é evidente. Franceses e holandeses também têm ambições tão válidas quanto às do Reino da Grã-Bretanha. Por fim, a própria Igreja também tem na figura de seus representantes uma série de questões a tratar.

Os interesses são muitos, e o resultado é incerto. Apenas o que se pode afirmar é que o equilíbrio de forças não será nunca mais o mesmo.

O mapa está aqui, comecemos a riscá-lo.




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